A distribuição de uma espécie pode ser determinada, influenciada ou regulada por barreiras geográficas, ecológicas e outras barreiras ambientais (salinidade, insolação, stress hídrico, etc.), além das barreiras físicas, químicas e biológicas próprias de cada grupo (Bolzon & Marchiori, 2002; Fernandes, 2003).
Essas barreiras não necessariamente inibem a dispersão ou migração de uma espécie. Um acidente geográfico, por exemplo, pode funcionar como veículo de dispersão para determinadas comunidades e como barreira intransponível para outras. Também os corpos d’água, notadamente mares e rios, funcionam como rota de migração (distribuição) para organismos aquáticos e obstáculos para os terrestres; as correntes marítimas são responsáveis ainda pelo povoamento de áreas remotas como ilhas e continentes (Pereira & Almeida, 2004). Assim, as barreiras são consideradas “positivas” quando favoráveis à espécie, ou “negativas”, caso contrário (Soberón & Peterson, 2005).
Um dos significados maiores das barreiras (negativas) à dispersão é que elas fazem cessar o
intercâmbio gênico (fluxo gênico) que havia entre os indivíduos das populações por ela separadas. O isolamento geográfico pode provocar um isolamento reprodutivo que por sua vez poderia resultar no surgimento de espécies distintas. Aqueles grupos que apresentarem variabilidade genética ou morfológica, e transmitirem às suas proles tais características, implicarão em maior capacidade de tolerar as diferenças e alterações naturais. Estes estarão mais aptos a ocuparem novos ambientes, ampliando assim sua área de distribuição. Fracassos na adaptação a novas condições ambientais seriam fator chave no isolamento de populações e criação alopátrica de novas linhagens (Pereira & Almeida, 2004).
Podemos observar na orla da praia do Mar Grosso o calçamento entre a praia e a avenida no qual acontece o favorecimento de plantas rasteiras, pois estas necessitam para sua sobrevivência apenas de água e luz em abundância para se proliferar. Se fosse em condições naturais onde não estivesse o calçamento a presença de plantas altas dificultaria a chegada de luz para as plantas rasteiras.
Fotografado em 30/10/11 onde pode-se ver plantas rasteiras em meio a calçada da praia do Mar Grosso. |
Fotografado em 30/10/11 outra visão das plantas rasteiras crescendo entre as pedras do calçadão. |
O favorecimento do crescimento de plantas entre as pedras do molhes é verificado em toda a sua extensão, pois as pedras impedem que a água salgada do mar entre em contato com as plantas existente no local. Sem a construção do molhes e das pedras ao redor as plantas não teriam condições de se estabelecer no local, pois quando a maré subisse chegaria as plantas que não resistiriam à água salgada, ou seja, sem a antropização certos tipos de plantas não sobreviveriam no local.
Fotografado em 30/10/11 plantas crescendo entre as pedras do molhes. |
Fotografado em 30/10/11, onde se ve a grande quantidade de ávores Casuarina inseridas na orla da praia. |
Casuarina, uma planta exotica que forma sombreado denso e uma abundante camada de serapilheira com folhas e frutos que cobrem completamente o solo, seu sombreamento e a serapilheira eliminam a vegetação adaptada das dunas e das praias.É capaz de colonizar solos de baixa fertilidade, Uma vez estabelecida, altera radicalmente as condições de luz, temperatura e química dos solos.
Compete agressivamente com a vegetação nativa e altera o habitat de diversas espécies da fauna. Invade ambientes abertos de campos e dunas, além de dominar com facilidade ambientes degradados e solos erodidos. Foi amplamente utilizada em todo o mundo como estabilizadora de dunas, o quê a possibilitou consagrar-se como invasora, é assim que a encontramos nas dunas de Lagunas, apesar de não ser nativa deste local ela teve que sobrevir as condições estabelicidas no local.
Fotografado em 30/10/11, árvores Casuarinas na orla da praia. |
Fotografado em 30/10/11, evidenciando a Casuarina que nasceu entre as pedras. |
Fotografado em 30/10/11, pode-se grandes Casuarinas entre as pedras. |